
A liberalização da construção em áreas ardidas constitui apenas mais um indício da existência de uma política florestal assente em critérios economicistas. Ao invés de se encarar a floresta como um meio e um fim da conservação ecológica, investindo nas suas funções protectoras (regularização climática, retenção de águas pluviais, aumento da fertilidade dos solos), aposta-se na plantação desenfreadas de pinheiros e eucaliptos (conhecidas pela sua necessidade hídrica), destinadas à produção de madeira e papel.
O aumento do número de incêndios nos últimos cinco anos é igualmente expressão da desertificação das regiões interiores do país e do abandono dos terrenos anteriormente cultivados (e logo, do impacto positivo que áreas agrícolas poderiam ter na prevenção de incêndios, actuando como corta-fogos).
Em suma, constata-se um processo de institucionalização do incêndio florestal no quotidiano português e no imaginário social da sua população. Um incêndio é uma tragédia. Muitos incêndios, uma estatística.
[in indymedia]
1 comentário:
Sim, foi alterado em especial as normas que defeniam os Pin, projectos de interesse nacional. As medidas foram apresentadas num debate mensal com o PM, e foram genéricamente criticadas pela oposição.
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