sábado, março 10, 2007

Tertúlia


Foi num espírito irreverente, que se discutiram coisas sérias na última Tertúlia do NET. Como disse o Eng. Anacoreta, parecia-se estar numa Tertúlia ao mais belo “espírito de Bruxelas”.
Todos os interlocutores concordaram, afinal é sobejamente sabido que quando um português se empenha em algo, consegue equiparar-se ao que melhor se faz lá fora.
Neste caso não foi apenas um português, mas foram vários.
O relógio marcava as 21:45 quando o diálogo oradores/plateia se iniciou.

“Espicaçado” pelo moderador começou por tomar a palavra o Eng. Anacoreta. Falou da importância dos Engenheiros do Território no contexto actual, num País, onde cada vez mais se tem que dar importância a áreas como o Planeamento e a Gestão correcta do Território.
De seguida falou da sua vivência pessoal, em particular da sua amizade para com o outro orador, Fernando Nunes da Silva, dos tempos em que ambos frequentavam a Universidade de Lousanne na Suíça.
A pergunta que se seguiu foi bastante específica, no que respeita ao Centro Histórico da Cidade de Lisboa.
“Qual a importância da Circular das Colinas no projecto de Revitalização da Baixa-Chiado?”
Foi então que a Tertúlia aqueceu, que os Engenheiros Anacoreta e Nunes da Silva puxaram dos trunfos técnicos que os levaram a escolher aquela alternativa e que um morador de um bairro afectado pela Circular, puxou de argumentos que apelavam mais ao coração que à razão.
Sanada essa questão, já na presença do Arq. Manuel Salgado, falou-se da importância dos Centros Históricos, quer ao nível urbano quer social, explicou-se as sete vertentes do Plano Baixa-Chiado e as suas repercussões.
Embora este plano não fosse tema específico de debate, acabou por ser um excelente caso de estudo.
Trazer a população das colinas à Baixa, abrir a Cidade para o rio desde Sta. Apolónia até ao Cais do Sodré, revitalizar os prédios abandonados, chamar jovens para a Baixa, estudantes ou outros, que queiram por lá passar uma fase da sua vida, revitalizar a Praça do Comércio, reabrir o Cais das Colunas, entre outras intervenções urbanas foram ideias que o Arq. deixou no ar.

A Tertúlia lá continuou, sala cheia (50, 70 pessoas), dúvidas e interpelações no ar, muitas foram as questões colocadas aos Oradores, quer por jovens Estudantes, quer por um Professor de outra Faculdade, por uma Dirigente de uma Associação que estuda os Centros Históricos, e até por um Profissional na área da reabilitação de edifícios.

Era quase uma da manhã quando tudo terminou. Certamente muito ficou por dizer, mas muito se disse. Só quem esteve presente consegue perceber o momento que se viveu.

Durante três horas riu-se, falou-se e esclareceu-se muitos problemas dos nossos Centros Históricos. Problemas que os Urbanistas sentem, mas que os Sociólogos, Psicólogos, que os Lojistas, que os habitantes, que eu, tu e ele não desdenham.
Afinal os nossos Centros são também a nossa identidade.

Obrigado a todos os intervenientes.

Foto dos Oradores: Arq. Manuel Salgado, Eng. Anacoreta Correia e Eng. Nunes da Silva

1 comentário:

Unknown disse...

Territorialmente falando, gostei mesmo muito da tertúlia, foi ao mais alto nível! Fiquei foi desiludida com as propostas e ideias do Projecto de Revitalização Baixa-Chiado em si.